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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Governo da Líbia não quer entregar filho de Kadhafi ao Tribunal de Haia (Postado por Erick Oliveira)



O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos da Líbia, Mohamed Allagui, afirmou nesta terça-feira (22) que Saif al-Islam, filho do ditador Muammar Kadhafi, não será entregue ao Tribunal Penal Internacional (TPI), no momento em que o promotor do tribunal da ONU visita à Líbia.

Indagado se Saif al-Islam seria entregue ao TPI para ser julgado, Allagui respondeu: "em uma palavra, não o entregaremos".

O argentino Luis Moreno Ocampo, promotor do TPI, afirmou que não se reunirá com Saif.

Al-Islam Kadhafi, o último filho foragido do falecido ex-líder da Líbia, e procurado pelo TPI por supostos crimes contra a humanidade, foi detido no sábado pelo combatentes do Conselho Nacional de Transição (CNT) no sul da Líbia.
Saif al-Islam na cidade líbia de Zintan, em 19 de novembro, após sua captura

Saif al-Islam foi apresentado durante muito tempo como o provável sucessor de Kadhafi.

Segundo chefes militares do CNT, há um mês Saif al-Islam ficou ferido no bombardeio contra seu comboio quando deixava Bani Walid (170 km a sudeste de Trípoli) na queda desse bastião kadhafista em meados de outubro.

Desde 27 de junho, Saif al-Islam, de 39 anos, era alvo de uma ordem de captura do TPI por suspeitas de crimes contra a humanidade. Ele é acusado de ter tido "um papel-chave para executar um plano" concebido por seu pai para "reprimir por todos os meios" o levante popular.

O primeiro-ministro líbio interino, Abdel Rahim al-Kib, afirmou que Saif al-Islam Kadhafi, terá um "julgamento justo, no qual os direitos e a lei internacional estejam garantidos".

A Anistia Internacional e a Human Rights Watch pediram que o governo provisório entregue Saif al-Islam ao TPI para evitar "o que aconteceu com Muamar e Muatasim Kadhafi", ambos mortos depois de terem sido capturados vivos.

Saif al-Islam apareceu em público pela última vez na noite de 22 de agosto quando a rebelião o dava como capturado. O filho de Kadhafi apareceu diante de jornalistas estrangeiros assegurando que tudo estava "bem" em Trípoli, algumas horas antes da queda do quartel-general de seu pai na capital líbia.

O conflito na Líbia terminou no dia 23 de outubro com a proclamação da "libertação total" do país, três dias depois da morte de Muammar Kadhafi durante um cerco a seu comboio, que tentava fugir da cidade de Sirte.

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